sábado, 14 de janeiro de 2012

"Dose Dupla" por Franthiesco Ballerini

Texto escrito por Franthiesco Ballerini e publicado no site da Revista Valeparaibano em 22/12/2011:

Steven Spielberg aparece nas telas como diretor com muito menos frequência do que os novatos gananciosos por um espaço glorioso em Hollywood. Foi “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”, em 2008, a última aparição nas telas do autor de clássicos como “Tubarão”, “E.T. O Extraterrestre”, “A Lista de Schindler” e “Munique”.

No entanto, neste início de ano, chegam às telas não um, mas dois filmes dirigidos por Spielberg, devidamente separados em suas estreias para não competirem entre si. O primeiro, “Cavalo de Guerra”, chega à telona dia 6. Dois finais de semana depois é a vez de “As Aventuras de TinTin”. Dois filmes completamente distintos assinados pelo mesmo diretor. E vale a pena esta overdose de Spielberg nas férias?
Bem, comecemos com “Cavalo de Guerra”, mais um filme dele ambientado em um conflito mundial, desta vez, na Primeira Guerra, quando um cavalo chamado Joey e seu dono, o garoto Albert, se separam, pois o exército britânico compra forçadamente todos os cavalos do país para usar na batalha. O cavalo se desloca no meio da guerra num lindíssimo cenário rural do Reino Unido, inspirando a vida de todos que o conhecem, até de soldados alemães. Spielberg, que apesar de não saber andar a cavalo, é dono de oito deles, pois sua filha Mikaela, de 15 anos, é campeã de salto e sua esposa, Kate, também uma fera na montaria.


Foi por isso que decidiu adaptar a peça homônima baseada em livro de Michael Morpurgo. Spielberg assistiu ao espetáculo nos intervalos das filmagens de Tintin, em Londres, e ficou encantado. “Me envolveu a alma”, disse durante as filmagens. O filme é o oposto de Tintin, pois praticamente não tem efeitos especiais, tudo filmado no Reino Unido. “Só usamos efeitos especiais em cenas em que achávamos que os cavalos iriam se machucar, mas não vou contar quais são”, comentou o diretor. O espetáculo chegou a Broadway, onde ganhou cinco prêmios Tony pelos efeitos especiais com os cavalos de madeira, bem como o uso de slow-motion.



Se por um lado a história não conta com nenhum grande astro do cinema, exceto Emily Watson, e sua trama –a amizade de um cavalo com um garoto– não é assim um apelo automático para ir ao cinema, por outro lado uma parte dos espectadores e da crítica internacional está considerando este um grande retorno do velho estilo do diretor de contar histórias que envolvam o coração do público, num estilo que lembra uma mistura de “E.T” e “O Resgate do Soldado Ryan”.



Franthiesco Ballerini
jornalista, coordenador e professor da AIC (Academia Internacional de Cinema) e crítico de cinema da revista Valeparaibano e da TV Gazeta.

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